Um pôster de “Sobretudo quando chove”, de Gerson Borges, por Brito Design
Arquivo mensal: fevereiro 2011
“O’ Tower”, de Timothy Walker
O’ TOWER
by Timothy Walker
O’ Tower, whose halls heard the voice of one tongue
And the hour when I could not understand
Like the Power that burned in the emperor’s bones
Now he cowers on those shores with no crown on his head
Could Saint Helena cure you of your caustic cause
And can we pull down what we’ve put up in the clouds
My skin is earth and my bones are made of sand
And now I am god with a rebel fury burning on my hands
I don’t belong to you
I don’t know what’s true
Pride sees not the vestige of your face in mine
He listens for no voices and watches for no signs
My eyes are fools, but my heart has heard the sound
Softly in the night, a ghost, with a blood-stained shroud
BIS (extraído do livro Ortodoxia, de G. K. Chesterton)
“Um homem varia seus movimentos por algum leve elemento de incapacidade de fadiga. ele toma um ônibus por estar cansado de caminhar; ou caminha por estar cansado de ficar sentado imóvel. Mas se sua vida e alegria fossem tão gigantescas que ele nunca se cansasse de ir para Islington, ele poderia ir para Islington com a mesma regularidade com que Tâmsia vai para Sheerness. A própria velocidade e êxtase de sua vida teria a imobilidade da morte. O Sol se levanta todas as manhãs. Eu não me levanto todas as manhãs; mas a variação se deve não à minha atividade, mas à minha inação.“Ora, para expressar o caso numa linguagem popular, poderia ser verdade que o Sol se levanta regularmente por nunca se cansar de levantar-se. Sua rotina talvez se deva não À ausência de vida, mas a uma vida exuberante. O que quero dizer pode ser observado, por exemplo, nas crianças, quando elas descobrem algum jogo ou brincadeira com que se divertem de modo especial. Uma criança balança as pernas ritmicamente por excesso de vida, não pela ausência dela. Pelo fato de as crianças terem uma vitalidade abundante, elas são espiritualmente impetuosas e livres; por isso querem coisas repetidas, inalteradas. Elas sempre dizem: “Vamos de novo”; e o adulto faz de novo até quase morrer de cansaço. Pois os adultos não são fortes o suficiente para exultar na monotonia.“Mas talvez Deus seja forte o suficiente para exultar na monotonia. É possível que Deus todas as manhãs diga ao Sol: “Vamos de novo”; e todas as noites diga à Lua “Vamos de novo”. Talvez não seja uma necessidade automática que torna todas as margaridas iguais; pode ser que Deus crie todas as margaridas separadamente, mas nunca se canse de criá-las. Pode ser que Ele tenha certo apetite de criança; pois nós pecamos e ficamos velhos, e o nosso Pai é mais jovem do que nós. A repetição na natureza pode não ser mera recorrência; pode ser um BIS teatral. O céu talvez peça BIS ao passarinho que botou um ovo.”G. K. Chesterton, em Ortodoxia
“Minha Cruz”, de Wolô
Jesus
Tua cruz
Foi pesada
´ Teu rosto
Exposto
Ao horror
Tua estrada
Foi dor
Sede arfante
Teu fel
Teu instante
Sem céu
Por amor
Foi meu ego
Que os pregos
Cravou
Mas teu cravo
Esse escravo
Livrou
E hoje lembro
Da dor
Que teu corpo sofreu
Para um membro
Do corpo ser eu.
Wolô